quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Espinho.

Antes de qualquer coisa, lembre-se bem: eu amei você.
E amei, amei muito, a cada dia.
Amei tanto que esqueci de me amar também, para amar só você. E ainda amo, você sabe.
Olha, eu sinceramente creio que essas fugas dentro da minha cabeça para momentos anteriores, momentos estes que éramos nós, possam cutucar uma ferida tão recente. E não nego, sangra. Sangra de pensar, sangra de lembrar. É espinho, que não sai e por mais que permaneça, não importa, não me importa. Hoje nada disso importa nem pra você, nem pra mim. Chegamos a tal ponto, que não se pode olhar, não se pode encostar, não se pode falar. Você só pensa e guarda. Guarda tantas mentiras. Pensa em tantas verdades. Por que é isso, não é? A raiva que fica, quando se é abandonado, quando o amor deixou de ser doce pra se desmanchar em sal na boca quando a lágrima toca os lábios. É doloroso ver que o que era pra ser eterno, se transformar em algo tão vulnerável e frágil, abandonado em vãs promessas que nunca se cumprirão. E talvez seja esse o pior, ver os planos construídos sobre o vento. Planos que nunca acontecerão. Lembranças que nunca existirão. Gostos que nunca experimentaremos. Lugares que nunca serão vistos.
Amor, que nunca, nunca será esquecido.
E espinho, realmente, um espinho que nunca será flor.

4 comentários:

  1. É tão triste passar por situações como essa, Mari. Mas agente aprende muito e lá na frente já encara outras situações parecidas de forma mais racional.
    Saudade dos seus textos, vê se não para de escrever, rs!

    Beijos, minha linda!

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  2. É, pois é Thami! Nem me fala, essas situações fazem a gente sentir muita dor, mas a aprender também. Depois de um tempo, até anestesia...
    Vou tentar não sumir mesmo, o tempo tá corrido, e escrever é a solução! rs

    Beijos, linda! <3

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  3. Oi, Mariella, boa noite!!
    Um texto extremamente tocante. Tão verdadeiro que permite a dúvida do quanto seja criação, e o quanto haja de realidade. E é essa dúvida que o torna, em sua melancolia, ao mesmo tempo tão doce. É quando existe a dúvida entre verdade e mentira (ou, se em meio às mentiras houve alguma verdade), é quando o eterno entra na dimensão do perecível, é quando o que era doce lembrança se torna amarga saudade, é nesse momento que a alma mais facilmente é tocada pela inspiração. É contraditório, é estranho... – mas é verdade.
    Apaixonante, seu texto.
    Um abraço carinhoso
    Leo

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  4. Oi, Mariella, bom dia!!
    Desculpe, voltei um tempo depois, para ver se havia novas publicações... Nada...
    Então, aproveito para dizer: tendo tempo, volta a escrever!
    Um abraço carinhoso
    Leo

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