quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Querer. Não poder.


O pior é que eu sei o que isso tudo significa. A partida é sempre dolorosa quando se quer e se necessita ficar. Eu simplesmente não consigo deixar que tudo se perca, que tudo se vá, vire nada, vire areia e que escorra por nossos dedos.
Não consigo imaginar-me cicatrizada, sem mais dores que carrego por e pra você. Tento te mostrar que as tenho, e o que elas significam em mim. Talvez você não consiga aguentar o peso das mesmas. Ou talvez, simplesmente, você não as sinta. O problema meu amor, é que além de carregar as dores, eu me disponho a carregar o resto todo. Eu me disponho a carregar você, em minhas costas já fraturadas e expostas nesse sol que nos cega. E eu ainda te gosto muito, e assumo. Sem mais medos, meus, teus, nossos.
Mais uma vez, ao final da tarde, você me vem na cabeça, e a vontade que tenho é saber se você ainda gosta de mim também, nem que seja um pouco. Perguntar baixinho se ainda poderíamos ser. Se o que nos resta são memórias de um passado que teimam em vir como presente inebriante, e que, com toda maldade, me iludem quanto ao futuro.
É querer te abraçar, mas não poder estender o aperto. É querer me aproximar, sem poder sentir o peito pulsar. É querer te olhar nos olhos e não poder permanecer, com medo de que você possa ver através deles, de mim, e ver o que eu preciso mesmo que você não consiga dar. O problema aqui é que nós fingimos sorrisos, quando a vontade não é essa. Pelo menos não a minha. E te imploro, e te peço, e fico. Mas você quer que eu vá embora? Não, não faz isso, me deixa ficar. Não quero, vai, eu não aguento mais. Mas e o que fomos? Não importa agora. E nessa nossa confusão de dores e amores, eu tenho que esnobar vícios sentimentais que me fazem sempre voltar a você. E você sabe, eu tenho vontade de dizer tanta, tanta coisa.

E o problema aqui é o constante querer. Mesmo sem poder.

4 comentários:

  1. Dói, e dói tanto. Nunca fui boa com despedidas!
    Mas as cicatrizes apesar de demorar elas são saradas.

    Você consegue, vai passar por tudo isso num piscar de olhos.
    Vai dar tudo certo! beijinhos Mari.

    ResponderExcluir
  2. Acho que o pior problema é o orgulho. O orgulho que não nos deixa soltar algo que insiste em escorregar de nossas mãos...
    Talvez, a melhor escolha seja deixar as coisas serem como são; não como forma de conformismo, mas de compreensão a algo.

    Nem preciso dizer novamente que eu me identifico e adoro muito os seus textos, né?

    Quando você puder dar uma passada pelo meu blog e deixar um comentário:http://pansofiadistopica.blogspot.com/

    Abraço.

    ResponderExcluir
  3. 'E nessa nossa confusão de dores e amores, eu tenho que esnobar vícios sentimentais que me fazem sempre voltar a você. E você sabe, eu tenho vontade de dizer tanta, tanta coisa.'

    lindo lindo o que voce escreve.

    ResponderExcluir
  4. Preciso agora retirar-me de teu blog. Ainda li alguns além do primeiro, mas já chega. Eu não admito ler lida. Ver as feridas que cicatrizaram, a muito custo, no mar de domingo, abrirem-se novo.
    Meus parabéns pelo talento com as palavras. Volto daqui há uns meses, porque no presente.. é insuportável demais beber desse café. Nunca um blog me mobilizou tanto.

    Grande abraço.
    Vou tentar recuperar minha respiração.

    ResponderExcluir