sexta-feira, 3 de setembro de 2010

When words lose their meaning.


Tem vezes que sufoca, eu sei. Chega a ser uma alienação, e algumas vezes causa dor. Por mais que machuque in-ces-san-te-men-te, fica mais turbulento nos dias frios e nublados, e quando o dia chega ao fim, acaba-se por seguir o mesmo caminho de espinhos que nos ferem nos pés. É impressionante o desejar. Enquanto você não supre essa vontade aterrorizante, esse aperto não para. Enquanto o toque do outro, o beijo do outro, o corpo do outro, as peles não se misturarem e palavras não forem ouvidas, não para. Enquanto o ser do outro não se faz teu, não para. Não, não para. É estranho, não? É uma força sugando suas energias, tirando seu sono, ofuscando seus pensamentos. Falta ar. E esse desejar passa a fazer mal. O problema, meu amigo, é quando você deseja tanto o outro e o outro, em um relapso talvez, esquece de te desejar de volta. Começa a machucar mais do que o normal, corroendo em feridas que quanto maior for o parâmetro do seu corte, maior o tempo de cicatrização; Logo depois de cigarros e bebidas, depois de procuras em tudo-quanto-é-lugar, depois de tantos naufrágios e tentativas frustradas o que fica é uma insensibilidade, um não-precisar dominante. Depois você faz juras. Juras e mais juras de que certas coisas não irão se repetir jamais, que dores cessarão o pulsar frequente. Não vai mais, juro. Acredita em mim, não vai. É controverso. Não é por maldade, juro. Não dá pra controlar, o que vai restando apenas nessa casca seca, dentro e fora, irremediável. Depois de tantos dissabores, de tantos traumas que alcançam um ápice inacessível de cura, o que tem ficado é um não-sofrer, uma frieza constante, um ar de quem chegou ao limite. Foi e voltou. E, como dizem por aí, quando machuca muito, no final, não dói mais.

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